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“Presente de Trump”: Tarifas contra o Brasil têm efeito contrário, diz jornal americano
Conflito diplomático com os EUA impulsiona Lula, afirma The Washington Post
Por Administrador
Publicado em 21/07/2025 09:40 • Atualizado 21/07/2025 09:50
Politica
Fonte foto: cj.estrategia.com/portal/

Um artigo publicado neste domingo (21/07) pelo jornal americano The Washington Post afirma que as recentes medidas adotadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil estão tendo efeito contrário ao esperado. A reportagem, assinada pelo colunista de assuntos internacionais Ishaan Tharoor, analisa que o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — em retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — acabou fortalecendo politicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com o texto, enquanto ações semelhantes já levaram outros países da América Latina a cederem à pressão de Washington, o Brasil apresenta um cenário diferente. “A economia brasileira é maior e mais diversificada que a dos vizinhos”, pontua Tharoor. Para o colunista, Lula soube transformar a crise em uma oportunidade de enfrentar os EUA em pé de igualdade — e tem colhido ganhos políticos com isso.

A escalada da tensão entre os dois países sugere que o impasse diplomático não será resolvido rapidamente. A reportagem aponta que tanto Washington quanto Brasília vêm intensificando suas medidas. Na sexta-feira anterior (19/07), a Polícia Federal, sob ordens do ministro Alexandre de Moraes, cumpriu mandados de busca em endereços ligados a Bolsonaro. O ex-presidente foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, teve sua liberdade de circulação restringida e está proibido de manter contato com investigados e com diplomatas estrangeiros.

Horas depois, os Estados Unidos reagiram suspendendo o visto de entrada de Moraes, acusando o STF de promover uma “caça às bruxas política” contra Bolsonaro.

Fontes diplomáticas ouvidas sob anonimato pelo Washington Post criticaram duramente a postura de Trump. Uma autoridade do Departamento de Estado declarou ao jornal:
“É difícil imaginar algo mais prejudicial à credibilidade dos EUA na promoção da democracia do que sancionar um juiz da Suprema Corte de outro país apenas por discordarmos de suas decisões.”

O jornal também destaca o crescimento da popularidade de Lula em meio ao conflito. A reportagem aponta que o episódio trouxe novo fôlego ao presidente brasileiro e gerou apoio até mesmo de setores das elites empresariais, tradicionalmente mais próximos da oposição.

“Para Lula, cujos aliados enfrentarão eleições difíceis em 2026, o momento é uma dádiva. A reação agressiva dos EUA fortaleceu sua imagem interna e enfraqueceu os argumentos da oposição conservadora”, diz o texto.

Uma fonte diplomática brasileira, também em anonimato, ironizou:
“O Papai Noel chegou mais cedo para o presidente Lula — e quem trouxe o presente foi Trump, com esse ataque desastrado à soberania do Brasil.”

 

As tarifas impostas por Trump foram anunciadas em 9 de julho e devem entrar em vigor no dia 1º de agosto. Os Estados Unidos são atualmente o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China e da União Europeia.


Fonte: Redação N1

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